VERÔNICA SE APAIXONA POR TAVARES , SEU PRIMEIRO E GRANDE AMOR

CAPITULO 111

Com os meus quinze anos eu via a tecnologia chegando à cidade, há dois anos foi inaugurado o primeiro poste com a primeira lâmpada em Campina Grande. Desde 1920 quando foi inaugurada na praça central a primeira lâmpada até 1922 quando eu completei 15 anos foram instaladas muitas lâmpadas que era algo que demonstrava a força da cidade e seu desenvolvimento.
De onde vinha o fogo daquela lâmpada? E por que ela não apagava na chuva ou no vento forte? Era algo que vinha dos “estrangeiros” e eu não compreendia nada. Mas as casas não havia tal beneficio e o velho lampião iluminava a todos, os amores e as dores.O mundo muda rápido para os ricos porém para o pobre o desenvolvimento vem montado em um jumento lerdo e com pouca vontade de andar. A nossa vida continuava a mesma, de lavar roupas na sangria do açude de Bodocongó.
A vida nos traz muitas surpresas e em uma manhã conheci o meu grande amor Tavares Raposo do Nascimento um jovem de vinte e cinco anos de cor parda e bigode fino sobre os lábios como era o costume da época. O conheci nas margens do açude a









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Fazer a sua pescaria. Muito educado, gentil, cavalheiro, ele me conquistou só pela forma de falar educado e aquele jeito que se valorizou. Desde dia que eu o vi percebi que aquele homem era meu e eu dele, era só uma questão de tempo. Escondido depois da lavagem de roupas conversava muito sobre todos os assuntos. Era o homem perfeito para minha vida, eu seria dele com certeza. Tavares sabia ler e com um livro trazia fazia poemas e contos românticos para mim. Enquanto ele falava a noite chegava e logo as primeiras estrelas sorriam para mim. Quando amamos temos a impressão que TODO O UNIVERSO olha sorridente para nós. Logo depois de nos beijarmos muito eu colocava a roupa sobre o jumento e corria para a casa, ao chegar eu tinha que criar uma desculpa convincente para os meus pais. Eles não podiam desconfiar de nada, nem sonhar. Mas quando amamos perdemos o senso do perigo e é o amor a força capaz de fazer com que nos arrisquemos pelos mais terríveis perigos. Naquele tempo qualquer moça flagrada beijando um rapaz era descriminada como uma prostituta qualquer. A sociedade pensava 1que era moderna, mas era extremamente











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Preconceituosas principalmente em relação ao sexo e a mulher. Quando encontramos um amor pensamos que achamos a solução para toda nossa vida, para todos os problemas e era desta forma que eu pensava. Tavares era o homem da minha vida e disto eu não tinha nenhum duvida.
Quando a vontade é grande some todas as dificuldades e a partir daqueles primeiros encontros passei a criar situações que facilitasse o nosso encontro sigiloso e vários lugares secretos na floresta de Dona Merquinha Correia foram postos como ponto de encontro. Ele era um homem galanteador e até flores trazia para mim em nossos encontros, pena que eu não as podia levar para casa. Eu estava tão feliz que me sentia no céu. Tavares estava gostando muito de mim e iria pedir a minha mãe ao meu pai, ele ainda não tinha falado isto, mas eu tinha certeza desde fato. Beijos quentes e abraços calorosos eram dados escondidos entre as árvores de “Merquinha” e só as folhas testemunhavam o nosso fogo, mas eu não abria mãe da minha pureza até o dia do casamento. Mas apesar de tentar algumas vezes Tavares era compreensivo e carinhoso como um grande cavaleiro que era.







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Eu pensava comigo que a sorte tinha morrido para mim e aos meus quinze anos tinha encontrado o amor de minha vida: o homem ideal para qualquer mulher. Cada dia que se passava os nossos encontros se tornavam mais quentes e íntimos, mas eu me segurava para não ceder aquilo que eu estava querendo fazer. Mas como fiz o ditado quem anda muito na beira acaba caindo no fundo e foi o que aconteceu. Tavares me prometeu que se eu deixasse ele me possuir casaria comigo, pois estava aguardando apenas uma resposta da companhia da estrada de ferro para trabalhar e a mesma iria sair dentro de apenas alguns meses. Ele me fez juras de amo à luz das águas do açude de bodocongó e eu me entreguei ao amor de corpo, alma e coração. E naquele mesmo dia fizemos amor como dois adultos faziam e eu me derreti de prazer nos braços de Tavares o meu grande amor. Eu nunca tinha sentido algo tão bom passei, a saber, porque as mulheres se derretem toda perante a um homem viril. Aquela noite foi a minha inauguração como mulher e finalmente soube o que um órgão existente entre as nossas pernas pode proporcionar de prazer e delírios. As águas do Bodocongó foram testemunhas de meus gemidos mistos de dor e prazer que aqueles momentos me proporcionaram. Como já tinha inau-










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rado o meu aparelho de prazer e amor por que não utilizá-lo mais? Sendo assim passamos a nos encontrarmos mais vezes durante a semana e nestes encontros havia mais gemidos do que palavras. Era uma nova maneira de conversar uma comunicação direta da alma. Pouco a pouco Tavares sentia e me ensinava a ser mulher me possuindo por completo e me dominando com seus amores. Ele realmente me “muia” e eu voltava para casa só o bagaço mais totalmente realizada. Com o tempo bastava Tavares chegar perto para eu me derreter de desejos e como se eu estivesse em uma enxurrada ficasse toda molhada. Eu não podia dar as caras o que eu estava fazendo até que o trabalho de Tavares na ferrovia saísse. Nesta situação passamos quatro meses e ninguém percebeu a grande atividade que estávamos tendo próximas as águas do Bodocongó.

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